terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Paradoxo Social (2012)



















A importância dos outros para mim é irrelevante,
não estou a espera que achem a minha indiferença interessante,
os meus gestos dizem tudo, hoje entendem no total,
vou-vos agredindo verbalmente com linguagem corporal,
e não me venham dar motivação sem motivo,
dispenso falsa simpatia apenas sejam sinceros comigo,
se eu estiver mal é melhor baterem em retirada,
eu consigo ser bruto mesmo numa situação delicada,
todos vivemos daquilo que somos, não me recreminem,
se julgo os outros pela aparência é porque é disso que eles vivem,
não sou egocêntrico só me valorizo neste caos,
eu nem me acho bom apenas acho os outros muito maus,
gosto de ter ódio e rancor, pra mim é agradável,
fortalece-me numa situação vulnerável...
e o microfone dá-me a virtude para eu ser virtuoso,
sou o oposto do suposto como um perfeccionista defeituoso.

Enquanto o tempo voa o mundo gira a toa
e eu só pergunto: como pode ser?!
vendo bem cada pessoa, tudo aqui destoa,
já não há nada que eu possa fazer...
e eu vejo que nada nem ninguém me faz viver o momento
palavras são actos ignorados e esquecidos com o tempo...

Vivemos ao contrário neste mundo de loucos,
fartei-me de ser desagradável só para agradar os outros,
estou irreconhecivél, não me enervo, mantenho a calma prévia,
mas sinto-me um bastardo para a minha alma gémea,
o mundo roda rápido mas o sofrimento é lento,
sonhar é para quem dorme, já acordei para a vida a muito tempo,
eu luto, tento ser alguém mas já me cansa,
tentar deixar uma marca no mundo e ela não passar duma mancha,
a minha vida é alta filme eu assumo,
apenas desempenho o meu papel que não passa de um rascunho,
e quem sempre me ignorou se agora visse
que com a caneta na mão eu demonstraria o apocalipse,
talvez trocaria o excesso de insultos pela ausência do respeito
e não metesse defeito no perfeito...
metam um censurador, o meu talento abafa-o e venci-o,
trago uma linguagem dura para quebrar o silêncio.

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